O mistério da vida… – II
Na sequência de sua exposição sobre o mistério que a vida representa, Dr. Plinio demonstra como ela se torna mais rica à medida que se individualiza. Porém, é quando a contemplamos no homem que ela atinge seu auge. Dotado de razão, o homem conhece, pensa, ordena, quer, ou não quer, sendo assim capaz de conhecer o que nunca verá nesta vida: a alma humana.
Subamos agora para outro patamar — há ainda outros dois a transpor —, que é o reino animal, no qual há algumas características que merecem a nossa atenção.
Superioridade do reino animal em relação ao vegetal
O animal, dotado de sensibilidade, deixa-se atrair pelas coisas que lhe são favoráveis e foge das que lhe são contrárias; ele tem mobilidade.
Nisso, ele tem uma possibilidade de ser. No sentir, que é uma forma de conhecer, possui outra possibilidade de ser. No mover-se essa possibilidade de ser se completa. Um animal capaz de sentir, mas incapaz de mover-se seria um ente mal construído, uma monstruosidade. Porque, sentindo, ele quer fugir ou avançar. Se não pudesse mover-se, do que lhe adiantaria a sensibilidade?
Por outro lado, imaginemos um animal que fosse capaz de mover-se, mas não tivesse sensibilidade. Ele giraria a esmo e seria um pobre miserável. Quer dizer, há no animal um grau de vida superior àquele existente na planta.
E com seu grau de vida, dir-se-ia que o vegetal já é tão “feliz”. Às vezes, olhamos para certas árvores e notamos que elas ficam balouçando devido à brisa; temos a impressão de que estão brincando, matando o tempo.
Ou então alguns raios de sol incidem sobre uma planta, sobretudo quando não é meio-dia — não é o sol que queima, mas tonifica —, parecendo-nos que ela adquire uma plenitude. E, depois de certas chuvas, temos a impressão de que a natureza respira.
O animal faz muito mais do que isto: ele tem notícia. Para evitar confusão com o espírito humano, São Tomás prefere não dizer “conhece”, mas “tem notícia”. A expressão é admiravelmente precisa.
Se avançar alguma coisa rumo a um animal, ele tem notícia e se move. Mais ainda, é capaz de intimidar, por exemplo, rugindo; de deslumbrar, cantando; de atrair. Ele tem mil meios de ação sobre aquilo que não é ele, mas proveniente de seu movimento, de um princípio de vida, que pode, domina, combate mais e tem mais relação com o exterior.
A combatividade refletida no leão
A pedra é puramente passiva, não combate. Da pedra lançada por David contra Golias, não posso dizer: “Ó pedra guerreira!” Guerreiro foi David. Aquilo foi um pedaço de matéria que feriu a fronte de Golias e o jogou no chão.
De um vegetal, de algum modo pode-se afirmar que ele é batalhador. Certas plantas resistem aos ventos, com ar de superioridade, de indiferença. Os cedros do Líbano, que duram séculos, em montanhas onde neva, atravessam invernos e verões, indiferentes a tudo e vencem. Eles realizam como que um combate.
Mas o combate da planta não é praticamente nada, em comparação com o combate do leão. O leão dirige, avança, conquista, protege a leoa e os leõezinhos, mas não vai à cata de nada. A leoa é que procura comida e leva para ele.
Quando aparece o combate, a horda leonina vai para trás e ele toma a dianteira.
Vemos assim que, dentro da ordem leonina, há uma diferença não mais de grau de vida, mas de estilo de vitalidade. Poder-se-ia dizer algo de parecido com relação às plantas, entretanto é muito mais evidente e fácil de exemplificar nos animais. Uma é a vitalidade, quer dizer, o estado e o tipo de vida, do animal jovem, depois na idade madura e por fim quando velho.
Certos animais, ao sentirem que o seu ciclo terminou, se retiram ao isolamento e se deixam morrer. A bobina foi desfiada inteira e não há outra coisa para fazer; deitam-se e morrem. Existe a diferença de tipo de vitalidade entre o macho e a fêmea. Esta é feita para as tarefas menores e delicadas; aquele para os trabalhos pesados.
O leão é majestoso e deixa insinuado ser mais nobre combater do que qualquer outra coisa. É o rei e governa, assegurando a tranquilidade e a sobrevivência para todos. Ele é servido. São coisas que apontam para a ordenação do pensamento, para uma sistematização rica em conceitos.
A vida é mais rica na medida em que se individualiza
Comparando uma pedra com outra pedra, uma grama com outra grama e um leão com outro leão, notaremos que cada um é mais ele mesmo em relação ao outro, em escala ascendente.
Se dermos forte pancada num cristal, ele se decompõe num mundo de cristaizinhos. No que cada um destes é diferente do outro? Há certa alteridade, mas que alteridade pequena!
Com as gramas, ocorre algo diferente. Cada uma tem sua dose de vida — se assim se pudesse dizer —, sua possibilidade de duração, de resistência, de crescimento, que não é a da grama vizinha, cujas raízes muitas vezes se interpenetram. Ela é mais ela mesma em relação à outra; está mais separada.
O animal é ainda mais outro em relação ao outro. Entre um leão e outro, ou entre um leão e uma abelha, ou um colibri, que diferenças fenomenais! Há espaços interestelares entre um ser e outro, de tal maneira esse ser é grande. A vida, portanto, é mais rica na medida em que ela individualiza, vai dando ao ser uma capacidade de conhecer, de agir; ela diferencia um ser do outro, torna um ser mais ele mesmo em relação ao outro. Isso é uma grandeza porque o define mais, traça mais os limites e com isso torna um ser mais esplêndido.
Grandeza incalculável da natureza humana
Passamos agora para um grau mais alto de vida, o que está em nós e enche este auditório.
Temos a glória de sermos homens, criados por Deus com a mesma natureza humana de Nossa Senhora e de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Isso, de uma grandeza incalculável, é para nós um título de nobreza muito maior do que pertencer a qualquer família imperial ou real. Somos irmãos, na carne puríssima da Virgem Maria, de Nosso Senhor Jesus Cristo. A carne de Cristo é a carne de Maria; não entrou outro fator para a geração da carne de Cristo senão a carne de Maria e o Divino Espírito Santo. A Santíssima Virgem foi concebida sem pecado original, mas é descendente de Adão e Eva. Somos descendentes de Adão e Eva. Isto para nós é uma glória enorme.
Almas “asfálticas”: um produto das grandes cidades modernas
Se todo mundo que habita as grandes cidades modernas tivesse a noção do que é a dignidade de ser homem, essas cidades seriam menos animalescas e mais dignas do que são. O que mais arrasa na cidade moderna não é o trânsito, o movimento, a poluição, mas as almas “asfálticas”: cada alma se sente tão pouco outra, diferente, e tão pouco digna quanto um milímetro de asfalto em relação a outro milímetro de asfalto. Tenho a impressão de que elas estão contidas numa mesma massa homogênea, sem esplendor nem beleza e nem vida. Entretanto, foram criadas para serem diferentíssimas e se amarem na sua diferença; e fazer dessa diferença uma ordem, uma harmonia e uma alegria. E o mundo moderno as vai degradando, tornando-as cada vez mais animalescas e parecidas. O pior odor das cidades modernas, a meu ver, é exatamente esse odor animalesco que se exala do homem, quando ele não é tão alma quanto pode e deve ser. Isso para mim é o que a cidade moderna tem de mais repugnante, e mais me desagrada.
O que somos nós? Somos antes de tudo minerais, vegetais e animais. Quer dizer, as três naturezas coincidem em nós; somos uma síntese. Mas por cima disso e dentro disso, não como um fator extrínseco, mas como elemento mais nobre e mais interno, temos uma alma espiritual, a qual nos dá uma possibilidade de fazer uma coisa que o animal não possui: nós pensamos.
O animal tem notícia; nós somos capazes de analisar, classificar e definir o que conhecemos. Temos capacidade de conceber em abstrato e, portanto, também de imaginar coisas que não são.
Tudo isso nos dá um poder e uma grandeza em face das coisas, que eu os comparo da seguinte maneira.
Muitas pessoas conduzem suas vidas como animais
Imaginemos uma cadeira, na qual é criado o mais fino, sedoso e bonito dos gatos angorás. O gato conhece a cadeira porque sobre ela há uma almofada, e toda noite ele dá um pulo e dorme na almofada.
De tal maneira a conhece que, se na hora de ele dormir não houver a cadeira, mas só a almofada, é possível que ele se ponha a miar. É a estranheza que ele manifesta porque a cadeira costumeira não está naquele local. Mas o gato angorá nem sabe o que é uma cadeira. Ele não sabe nada, tem apenas hábitos.
E para termos uma ideia, aliás, imperfeita, do que é um bicho, imaginemos um homem anestesiado, numa sala de operação. Ele tem os movimentos reflexos de uma pessoa que sente, mas não tem conhecimento de nada. Cessado o efeito da anestesia, ele sabe o que lhe aconteceu por causa da dor atual. Se a dor desaparecesse durante a operação, estando anestesiado, ele nem suspeitaria que tivesse dor. Poderíamos comparar um animal a um homem anestesiado no primeiro instante de seu ser e cuja anestesia durasse até ele morrer.
Há muita gente que faz da vida animal o fim desta existência. Querem a vida do anestesiado e não compreendem a vida do “lumen” da razão.
Diferenciar e conceber em tese os objetos: obra-prima da inteligência humana
O homem conhece a cadeira. Se um homem, estando em pé, vê um outro sentado numa cadeira, ele já sente o repouso que o outro ali experimenta. Depois ele conhece uma série de outras cadeiras e, sem trabalho nenhum, mas por um seletivo interno soberbo que faz dele um filósofo, efetua várias diferenças: cadeira com tripé, com quatro pés, de braços, com ou sem espaldar.
Posteriormente ele elabora a obra-prima de tudo isso: cadeira em tese. E a define: móvel destinado a acolher o homem sentado. Está assim concebida uma ideia que vale para todas as cadeiras possíveis e imagináveis. Para ser cadeira, tem que servir para o homem sentar, do contrário não é cadeira. E a inteligência do homem voa até lá.
Alguém poderia dizer: “Muita gente não sabe definir assim.” É verdade, mas todo homem sabe o que é uma cadeira. De maneira tal que, se lhe apresentarmos um banco e afirmarmos: “Senta nessa cadeira”, ele dirá: “Não, eu vou sentar-me nesse banco.” As pessoas não conseguem definir porque não têm instrução, não possuem o instrumento verbal, mas elas sabem o que é. Elas diferenciam. Quer dizer, elas conhecem e, portanto, fazem a obra-prima. As mais dotadas, mais inteligentes, imaginam os grandes móveis em que o homem pode estar sentado: um trono, uma cátedra ou um faldistório episcopal.
As pessoas podem imaginar miríades de assentos diferentes, conforme as utilidades e as situações daquele que está sentado. Por exemplo, banquinho dos réus: frustro, pequeno, balouçante, incerto, que serve para o réu tremer em cima.
A cátedra do juiz é uma poltrona alta, repousada, segura, dignificante, onde ele dispõe segundo a lei do destino do réu que está diante dele. Como o seu trabalho é nobre e sobre o juiz não pesa nenhuma suspeição, ele é cercado de uma atmosfera de honra; por isso sua cadeira é esculpida, sólida, grande. E na hora em que o empregado fizer a limpeza, ele vai espanar com mais cuidado a cátedra do juiz. E, se houver tempo, limpará também o banquinho dos réus.
Helen Keller, tendo apenas o sentido do tato, chegou a fazer conferências públicas
São operações do espírito humano. Conhecemos as coisas através dos sentidos, e nada há em nossa inteligência que não tenha passado pelos sentidos. Um homem que não tivesse nenhum dos sentidos seria incapaz de conhecer qualquer coisa.
Helen Keller, se não me engano, nasceu apenas com o sentido do tato(1). E alguém, com muito cuidado, conseguiu através do sentido do tato manter comunicação com ela. Por exemplo — estou fazendo suposições —, traziam comida e a instrutora dava três pancadas. E sempre que recebia três pancadas, ela sabia que vinha uma refeição. Assim, com outros sinais táteis, e com uma paciência enorme, a professora conseguiu dar a Helen Keller toda uma linguagem, uma descrição do Universo, apenas através do sentido do tato.
Ela trabalhou tanto com isto que aprendeu a falar. Sem ouvir a própria voz, e tomando contato com o mundo somente pelo tato, fez conferências públicas.
Esteve em São Paulo e pronunciou uma conferência no Teatro Municipal. Um conhecido meu assistiu a essa conferência, e contou-me ter ficado muito impressionado ao ver aquela mulher falando ao público, apenas sentindo o chão sob seus pés; em torno dela o vazio.
Mas estava construída em sua mente a ideia do que é um teatro, e ela fez o histórico de como, passo a passo, foi sentindo o mundo exterior e, em face deste, o mundo interior.
Contava ela como nasceu, por exemplo, o primeiro afeto no espírito dela. Quando percebeu que um mesmo agente a atendia em várias coisas que precisava, ela, de repente, o quis bem e sentiu em si uma disposição que não conhecia, na noite de seu próprio isolamento. Realmente é uma coisa trágica!
Assim ela fazia a construção do mundo e acordava a sua própria alma com as sensações do corpo. Através das descrições táteis, ela ia apreendendo os nomes das coisas e, pelo que se passava nela, também conhecendo a si própria. É uma verdadeira obra-prima da inteligência humana construir uma figura do mundo apenas através das sensações táteis.
No exemplo de Helen Keller, notamos especialmente: a inteligência dela, que chegou a conhecer o Universo; e a inteligência de quem soube, por meio de diversos métodos, fazer com que ela adquirisse tais conhecimentos. Essas duas inteligências fizeram esta obra-prima de se comunicarem.
Vemos assim a grandeza do espírito humano. E compreendemos esse elemento imaterial que está no homem, o qual conhece, pensa, ordena, quer, ou não quer; e, através do que ele vê nos outros, é capaz de conhecer o que nunca verá nesta vida: as almas dos outros. E não só as almas dos que existem, mas as dos que existiram e deixaram sua figura nesta Terra. Isso dá ao homem uma possibilidade, que nenhum outro ser animal tem, de deduzir a existência de Deus.
Pela mera razão, chegamos à conclusão de que Deus existe
Sem revelação, mas pela pura razão, o homem chega à conclusão de que Deus existe. Todas as coisas que existem não têm força para se terem causado a si mesmas; porque aquilo que se causou a si próprio, existia antes de se causar. Se eu afirmar “eu me causei”, estou dizendo que eu existia antes de me causar. E se eu existia antes de me causar, há alguma outra causa que me causou. Então, terei que chegar a uma causa primeira.
Todas as coisas são imóveis por natureza. A prova é que este meu corpo, quando dele se retirar a vida, ficará imóvel. Logo, há um fator que o movimenta, o qual não é idêntico a ele, mas pode entrar e sair dele. Ele, de si, não é móvel. O que é esse fator? Quem o fez e deu a esse fator a capacidade de mover? Motor imóvel, Deus por todos os séculos.
A criação da ordem. Quando eu vejo um animal fazer, por instinto, algumas coisas ordenadas, fico abismado; são coisas sapientíssimas produzidas por um bicho perfeitamente ignorante. Um canário tem noções de harmonia que muitas pessoas não possuem. Quem não percebe que há um músico atrás desse instrumento, um artista atrás dessa obra de arte? É uma coisa evidente. E daí para frente.
Através de raciocínios, o homem conclui e faz a construção da ideia de Deus. Quer dizer, nós, em relação a Deus, somos como que espécies de Helen Keller: pegamos sintomas. E perceberemos quão pequenos são esses quando virmos a Deus face a face. Fomos criados e nossas almas pedem ver a Deus diretamente, e não apenas através de sintomas. No Céu, vamos olhar para a nossa vida de agora, e nos sentiremos como uma Helen Keller que tivesse escapado da sua enfermidade e voado.
A vida sobrenatural
Trataremos agora da vida sobrenatural. Parece uma coisa inacreditável, mas, além de o Verbo ter-Se encarnado, e Nosso Senhor, na sua natureza humana, ter sofrido tudo quanto sofreu por amor a nós, Deus criou a graça, quer dizer, um dom pelo qual de algum modo participamos da natureza d’Ele.
Quando nascemos não temos essa participação na vida divina; mas, ao sermos batizados, algo da vida divina se infunde em nós, elevando-nos acima de nossa condição de homens, tornando-nos capazes de fazer coisas que, sem a graça, não poderíamos realizar.
Imaginemos que numa planta fosse enxertado algo da natureza divina. E que, devido a essa misteriosa participação, ela se tornasse capaz de entender e de querer alguma coisa. Se Helen Keller estremeceu tanto de alegria, a planta ainda mais, porque não tem nem sequer o tato. Suponhamos que com esse vegetal se passasse algo de parecido com o que sucedeu a Helen Keller: por alguns sinais, ela entendesse e percebesse que há uma outra ordem de existir. Que júbilo ela teria!
Ora, isto nos é dado pelo Batismo, pela munificência e magnificência de Deus. Por esse sacramento nos é concedida uma coisa extraordinária, da qual as pessoas não se dão conta: crer naquilo que o Criador revelou.
O homem mais inteligente não pode crer sem a graça. Se dermos a uma pessoa inteligentíssima um catecismo e uma apologética, que prove a veracidade da Religião Católica, ela entenderá tudo e dirá: “Realmente ficou provado que esta religião é a verdadeira, mas falta-me algo, eu não creio.”
Por sua natureza, sem a graça, o homem não é capaz de crer na palavra da Revelação ou fazer qualquer ato de amor a Deus com base na Revelação, ou até mesmo pronunciar com piedade o nome de Jesus ou de Maria.
Às vezes encontramos pessoas as quais romperam de tal maneira com a graça que, quando dizem Jesus ou Maria, temos a impressão de que elas possuem uma natureza de metal, pronunciando tais palavras sem nenhum amor, nenhuma dedicação.
Certos indivíduos utilizam palavras, tais como: “Em Mateus tanto, está que Jesus disse…” Pelo timbre de voz, percebe-se que eles não têm Fé. Qualquer um de nós, rezando a Ave-Maria, diz: “…bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus”. Que diferença!
Devemos amar a Deus, enquanto Criador do Universo hierárquico
A vida sobrenatural é um outro grau de vida que se adquire com o Batismo e só se perde com o pecado mortal. A Igreja define a Fé da seguinte maneira: a fé uma virtude sobrenatural pela qual cremos — com o auxílio da graça — no que por Ele foi revelado, pela autoridade do próprio Deus que revela, o qual não pode enganar-se nem ser enganado; já é um começo da visão beatífica. Sem me dar conta, há em mim uma como que semente da visão beatífica pelo fato de eu crer. De maneira que quando faço um ato de Fé, realizo algo que é parecido com o Céu. Compreendemos então a beleza magnífica do Credo.
Vimos os vários degraus da vida. Quanta hierarquia! E que hierarquia sábia, a qual devemos amar!
Segundo esse mundo liberal que nos cerca, todo indivíduo colocado numa posição de hierarquia menor do que o outro é por isso um infeliz. Essa é a lógica de Satanás! Para Satanás, um Anjo menor é infeliz em relação a um Anjo maior; todos os Anjos são infelizes em relação a Nossa Senhora, que é a Rainha deles. O homem é um infeliz em relação a um Anjo, o animal em relação ao homem, o vegetal em relação ao animal, o mineral em relação ao vegetal.
É o contrário. Deus fez magnificamente tudo isto. Ele colocou no ápice um varão: Nosso Senhor Jesus Cristo, o Varão por excelência. E, imediata, porém infinitamente abaixo de Nosso Senhor Jesus Cristo, uma dama, a Rainha do Céu e da Terra. E a nós, Deus não deu uma natureza de ápice, mas a natureza dos que estão no ápice.
Assim compreendemos o que é a nossa vida, e como devemos saber empregá-la, amando, antes de tudo, todas as hierarquias e a obra de sabedoria de Deus, enquanto criando o Universo hierárquico. v
Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 2/2/1980)
Revista Dr Plinio 158 (Maio de 2011)
1) Helen Keller, nascida em 27 de junho de 1880, em Tuscumbia, Alabama, perdeu subitamente a visão e a audição devido a uma doença diagnosticada como febre cerebral, ou escarlatina.