Maravilhas de Jesus no Domingo de Ramos
Um Triunfo que levará à Crucifixão...
Domingo de Ramos: para a liturgia católica é ao mesmo tempo dia de alegria e dia de tristeza. E, portanto, para as almas de todos nós católicos.
É o Domingo, portanto, em que a Igreja comemora um grande triunfo de Nosso Senhor Jesus Cristo, mas em que a Igreja olha para esse triunfo, com um olhar luminoso de alegria, mas ao mesmo tempo já mareado de lágrimas.
Porque se ela pensa, como Nossa Senhora, na vitória que Nosso Senhor alcançou nesse dias, os seus olhos de Mãe, olhos previdentes, que tem a noção de tudo quanto pode acontecer de bom e de ruim ao filho, os olhos de Nossa Senhora já discernem para depois do Domingo de Ramos, das alegrias do Domingo de Ramos, o olhar de Nossa Senhora já discerne as tristezas da Semana Santa.
Mas também é verdade que para além das tristezas da Semana Santa, o olhar e o coração dEla já discerne para além as alegrias da Páscoa e da Ressurreição, e as alegrias da Ascensão de Nosso Senhor ao Céu.
É todo um panorama que a liturgia desvenda aos nossos olhos e dentro do qual nós devemos contemplar esse dia.
A grandeza e os milagres que despertaram o ódio
Domingo de Ramos: Que ramos são esses? Por que esse Domingo? O que é que houve nessa ocasião?
Nosso Senhor praticou inúmeros milagres e empolgou multidões em quantidade, não só pelo seus milagres, mas pela sabedoria de seus ensinamentos.
Não só pelos seus milagres e ensinamentos, mas por sua Pessoa.
Vê-lO era adorá-lO. Vê-lO era ficar empolgado com tudo quanto Ele é, tudo quanto emanava dEle, e era, portanto, ficar seguidor dEle.
Nosso Senhor alcançou muito numerosos seguidores até esse momento do Domingo de Ramos. Nosso Senhor tinha, para usar uma palavra moderna que os antigos não conheciam, uma popularidade extraordinária no povo de Israel.
E, a bem dizer, não podia ser outra coisa. Admirável como Ele era, poderoso como Ele era, de tal maneira que quando Ele aplacou a tempestade no lago de Genazaré, os apóstolos fizeram esse comentário: “na realidade, até os ventos e os mares obedecem a sua ordem”.
Poderoso de tal maneira que Ele transmutava por uma ordem dEle, a água em vinho nas bodas de Caná, e daí para frente. (…)
Nesse Domingo de Ramos então, o povo esperava que Nosso Senhor com o seu grande poder, assim como aplacava mares e ventos, liquidaria os romanos.
Eles ficavam todos alegres. Eles só pensavam nos interesses materiais, não pensavam em outra coisa.
Bem, aclamações, aclamações, etc. Em última análise, grande triunfo.
Logo no dia seguinte a um triunfo tão grande, Jerusalém estava como um tumor, estourando de calúnias e mentiras contra Ele.
Os senhores podem imaginar o que devia haver de mentiras, o que havia de ódio contra Ele para que essas mentiras e esse ódio pudesse sobrepujar a impressão causada pelos méritos, pelos milagres, pela santidade de Nosso Senhor.
O fato é que começou então a Paixão, começou a Paixão que conduz até a crucifixão.
Na Semana Santa a Igreja comemora exatamente o triunfo e a passagem do triunfo para a impopularidade, para o ódio e a condenação injustíssima dEle à morte e morte dEle.
Isto é a Semana Santa. Ela comemora essas coisas tristíssimas.
A verdadeira Glória nasceu na Dor da Cruz!
Durante essa semana devemos reler o Evangelho para nos lembrarmos de tudo que aconteceu a Nosso Senhor durante a Semana Santa.
Relendo o Evangelho devemos pedir a Ele por meio de Nossa Senhora que prepara nossas almas para tirar proveito dessa leitura, e a cada dia que passe nós estarmos mais unidos a Nossa Senhora e por meio de Nossa Senhora, a Nosso Senhor Jesus Cristo.
De maneira que, quando chegue o momento trágico entre todos das três horas da tarde de sexta-feira santa em que se rememora a morte de Nosso Senhor Jesus Cristo, os lances tristíssimos que então se dão, Nosso Senhor que está para expirar na cruz, e entre dois ladrões, e que ali mesmo ainda faz bem para os homens.
Os dois ladröes discutem entre si e o bom ladräo diz ao mau: “Por que essas blasfêmias que você solta? Você e eu somos ladröes, e nós merecíamos o castigo que estamos sofrendo, Ele é inocente, Ele näo merece. Eu vou morrer, eu merecia morrer, eu sou um vil ladräo. Mas que Ele — e nesse Ele vinha carregado tudo quanto há de único em Nosso Senhor — sofra esses padecimentos é uma coisa injusta, profundamente injusta”.
E Nosso Senhor disse ao Bom Ladrão:
“Hoje tu estarás comigo no Paraíso”.
Por onde Ele, crucificado, pisado, escarrado, humilhado, triturado de todos os modos possíveis, afirmava, entretanto, a sua glória naquele dia mesmo. Ele iria morrer, mas que Ele iria para o Paraíso. Uma morte dolorosíssima, um hiato terrível, mas depois…!
São Dimas, o Bom Ladrão, canonizado por Nosso Senhor diretamente.
Nosso Senhor antes de morrer ainda disse: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?”
Mas essas palavras são o começo de um salmo que prevê a ressurreição de Nosso Senhor. E então Ele começa, Ele mesmo, a cantar para além das dores dEle, já a aurora da ressurreição. É extremamente bonito isso.
E o Evangelho completa: “E inclinando a cabeça, entregou seu espírito”
Unidos à Mãe Dolorosa, vivamos esta Semana Santa junto ao Divino Redentor.
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