São Severino, Mártir

No Brasil: Epifania do Senhor:

1ª Leitura – Is 60, 1-6
Salmo – Sl 71, 1-2.7-8.10-11.12-13 (R. Cf.11)
2ª Leitura – Ef 3,2-3a.5-6
Evangelho – Mt 2,1-12

 

No século V o império romano do Ocidente foi progressivamente submerso pelos invasores germânicos: visigodos, ostrogodos, vândalos, suevos, borgúndios, alamanos e francos. Na devastação geral só as autoridades cristãs constituíam ponto seguro para a sobrevivência. Esse é o contexto histórico em que se inserem a figura e a obra de São Severino, o apóstolo da Nórica.

É muito fácil seguir os passos de Severino nesta trilha de destruição. Em 454, estava nos confins da Nórica e da Pomonia onde, estabelecido às margens do rio Danúbio, na Áustria, além de acolher a população ameaçada usava o local como ponto estratégico para pregar entre os bárbaros pagãos. Já no ano seguinte estava em Melk e no mesmo ano em Ostembur, onde se fixou numa choupana para se entregar também à penitência.

Esse seu ministério apostólico itinerante frutificou em várias cidades, com a fundação de inúmeros mosteiros. Como possuía o dom da profecia, avisou com antecedência várias comunidades sobre sua futura destruição, acertando as datas com exatidão. Temos, por exemplo, o caso dos habitantes de Asturis, aos quais profetizou a morte pelas mãos de Átila, o rei dos hunos que habitavam a Hungria. O povo além de não lhe dar ouvidos considerou o fato com ironia e gozação, mas tombou logo depois de Severino ter deixado o local. Sim, a cidade foi destruída e todos os habitantes assassinados.

Dali ele partiu para Comagaris e, sem o menor receio de perder a vida, chegou até Comagene, já dominada pelos dos inimigos. Lá, acolheu e socorreu os aflitos, ganhando o respeito inclusive dos próprios invasores, a começar pelos chefes dos guerreiros. Sua história registra também incontáveis prodígios e graças operadas na humildade e na pobreza constantes.

Severino predisse até a data exata da própria morte, avisando também sobre a futura expulsão de sua Ordem da região do Danúbio. Morreu no dia 08 de janeiro de 482 pronunciando a última frase do último salmo da Bíblia , (o 150): “Todo ser que tem vida, a deve ao Senhor”.

Segundo o seu biógrafo e discípulo Eugípio, Santo Severino teria nascido no ano 410, na capital do mundo de então, ou seja na cidade de Roma e pertencia a uma família nobre e rica. Era um homem de fino trato, que falava o latim com perfeição, profundamente humilde, pobre e caridoso. Também possuía os dons do conselho, da profecia e da cura, os quais garantiu e manteve até o final de sua vida graças às longas penitências e preces que fazia ao Santíssimo Espírito Santo e ao cumprimento estrito dos votos feitos ao seguir a vocação sacerdotal.

Especialmente venerado na Áustria e Alemanha, hoje, a urna mortuária de Santo Severino se encontra na igreja dos beneditinos em Nápoles, na Itália.

São Severino, rogai, por nós!

Oração – Nós vos pedimos, Senhor, e mediante o vosso Espírito Santo, nos concedais o dom do discernimento, para percebermos os sinais de vosso amor e de vossa ação na história humana.

Severino: “pouco severo”, “pouco duro”; diminutivo do nome Severo

Com São Lourenço Justiniano, Patriarca de Veneza.

 

Martirológio Romano

Secretariado Nacional de Liturgia PT

Jan 08

1. Em Hierápolis, na Frígia, na atual Turquia, Santo Apolinário, bispo, que, no tempo do imperador Marco Aurélio, resplandeceu pela sua doutrina e santidade.(† s. II)

2. Na Líbia, os santos mártires Teófilo, diácono, e Eládio, de quem se diz que, depois de dilacerados com pontas agudíssimas, foram finalmente lançados ao fogo. († s.c. III)

3. Em Beauvais, na Gália Bélgica, hoje na França, os santos Luciano, Maximiano e Julião, mártires.(† c. 290)

4. Em Metz, também na Gália Bélgica, São Paciente, bispo.(† s. IV)

5. No Nórico, junto ao Danúbio, atualmente na Áustria, São Severino, presbítero e monge, que, tendo chegado a esta região depois da morte de Átila, chefe dos Hunos, defendeu as populações indefesas, aplacou os mais ferozes, converteu os infiéis, edificou mosteiros e instruiu os mais necessitados de formação religiosa.(† c. 482)

6. Em Pavia, na Ligúria, região da Itália, São Máximo, bispo.(† c. 514)

7. No mosteiro de Coziba, na Palestina, São Jorge, monge e eremita, que vivia recluso toda a semana e orava ao Domingo com os irmãos, com os quais falava sobre as realidades espirituais e a todos dava conselho. († c. 614)

8. Na região de Aberdeen, na Escócia, São Natalano, célebre pela sua caridade para com os pobres. († c. 678)

9. Em Ratisbona, cidade da Baviera, atual região da Alemanha, Santo Erardo, natural da Escócia, o qual, no desejo ardente de propagar o Evangelho, partiu para esta região, onde exerceu o ministério episcopal. († 707)

10. Em Moorsel, no Brabante, na actual Bélgica, Santa Gudélia, virgem, que em sua casa se consagrou às obras de caridade e à oração.(† c. 712)

11. Em Cashel, na Irlanda, Santo Alberto, bispo, natural da Inglaterra, que durante muito tempo foi peregrino por amor de Cristo.(† s. c. VIII)

12. Em Veneza, na Itália, São Lourenço Justiniano, bispo, que ilustrou esta Igreja com a doutrina da sabedoria eterna. († 1456)

13. Em Newcastle-on-Tyne, na Inglaterra, o Beato Eduardo Waterson, presbítero e mártir, que, no reinado de Isabel I, por ter chegado à Inglaterra para exercer o ministério sacerdotal, foi condenado à morte e enforcado no patíbulo. († 1593)

14. Em Marola, localidade da província de Vicenza, na Itália, a Beata Eurósia Fabris Barban, mãe de família, membro da Ordem Terceira Franciscana.(† 1932)