São Júlio I, Papa

Júlio, nome de mártires

O Martirológio Romano enumera nove santos e oito santas com esse nome e quase todos são mártires do primeiro século do cristianismo. Mas o Júlio, o primeiro Papa a tomar este nome, dirigiu a Igreja de 337 a 352.

Papa no tempo de Constantino

Era de origem romana, filho de um certo cidadão chamado Rústico. Viveu no período em que a Igreja respirava a liberdade religiosa concedida pelo imperador Constantino, o Magno, em 313. Essa liberdade oferecia ao cristianismo melhores condições de vida e expansão da religião. Por outro lado, surgiram as primeiras heresias: donatismo, puritanismo na moral, e o arianismo, negando a divindade de Cristo.

Amigo e protetor de Atanásio

Com a morte de Constantino, os sucessores, infelizmente, favoreceram os partidários do arianismo. O Papa tomou a defesa e hospedou o Patriarca de Alexandria, Atanásio, o grande Doutor da Igreja, batalhador da fé no concílio de Nicéia e principal alvo do ódio dos arianos, que o tinham expulsado da sede patriarcal.

Conseguiu a reabilitação de Atanásio perseguido pelos arianos

O Papa convocou dois sínodos de Bispos em que, com a condenação do semi-arianismo, Atanásio foi reabilitado, recebendo cartas do Papa que se felicitava com a Igreja de Alexandria, baluarte da ortodoxia cristã.

Cuidou da organização eclesiástica e da catequese

Construiu várias igrejas em Roma: a dos Santos Apóstolos, a da Santíssima Maria de Trastévere, e mandou construir nos cemitérios das vias Flavínia, Aurélia e Portuense, respectivamente as igrejas de São Valentim, de São Calisto e de São Félix. Cuidou da organização eclesiástica e da catequese catecumenal, ou seja, dos adultos e mais velhos.

Morreu em 352, após quinze anos de pontificado. Foi sepultado no cemitério de Calepódio, na via Aurélia, numa igreja que ele também havia mandado edificar. Sua veneração começou entre os fiéis a partir do século VII. Suas relíquias, segundo a tradição, foram transladadas para a Basílica de São Praxedes a pedido do Papa Pascoal I. O seu culto, que já fora autorizado, refloresceu em 1505, quando do seu translado para a Basílica da Santíssima Maria de Trastévere, em Roma.

São Júlio I, rogai por nós!

Oração – Deus eterno e todo-poderoso, quiseste que São Júlio I governasse todo o vosso povo, servindo-o pela palavra e pelo exemplo. Guardai, por suas preces, os pastores de vossa Igreja e as ovelhas a eles confiadas. Amém.

Júlio é um nome masculino que se originou a partir do latim Julius, derivado do grego ioulos, que quer dizer “barba rala”, “felpuda”, “macia”

 

Com São David Uribe, Presbítero e Mártir, que, durante a tempestuosa perseguição contra a Igreja, sofreu o martírio por Cristo Rei.

 

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Abril 12

1. Em Fermo, no Piceno, hoje nas Marcas, região da Itália, Santa Vísia, virgem e mártir.(† data inc.)

2. Na Via Aurélia, a três milhas de Roma, no cemitério de Calepódio, o sepultamento de São Júlio I, papa, que, durante a perseguição ariana, defendeu tenazmente a fé nicena, protegeu Atanásio contra as acusações, acolhendo-o durante o seu exílio, e convocou o Concílio de Sárdica.(† 352)

3. Em Verona, na Venécia, Véneto, região da Itália, São Zenão, bispo, cuja diligência e pregação conduziu a cidade ao batismo de Cristo.(† c. 372)

4. Na Capadócia, Turquia, São Sabas o Godo, mártir, que, durante a perseguição desencadeada contra os cristãos por Atanarico, rei dos Godos, três dias depois da Páscoa, por ter recusado comer alimentos imolados aos ídolos, depois de sofrer cruéis tormentos, foi lançado ao rio.(† 372)

5. Em Gap, na Provença, na atual França, São Constantino, bispo.(† d. 517)

6. Em Pavia, na Lombardia, região da Itália, São Damião, bispo, cuja carta sobre a verdadeira fé acerca da vontade e ação em Cristo foi lida no Concílio III de Constantinopla.(† 697)

7 Em Pário, no Helesponto, na hodierna Turquia, São Basílio, que, por defender as imagens sagradas, sofreu a flagelação, o cárcere e o exílio.(† 735)

8. Em Ponthieu, localidade da Gália, hoje na França, Santo Erkembodo, abade de Saint-Omer e simultaneamente bispo de Therouanne.(† 742)

9. No mosteiro de Cava de’ Tirréni, na Campânia, região da Itália, Santo Alfério, fundador e primeiro abade do mosteiro, que, tendo sido anteriormente conselheiro de Guaimário, duque de Salerno, se fez discípulo de Santo Odilão em Cluny e seguiu com grande perfeição a observância da vida monástica.(† 1050)

10. No mosteiro de Belém, junto a Lisboa, cidade de Portugal, o Beato Lourenço, presbítero da Ordem de São Jerônimo, a quem muitos penitentes acorriam por causa da sua insigne piedade.(† s. XIV)

11. Em Los Andes, Chile, Santa Teresa de Jesus (Joana Fernandez Solar), virgem, que, sendo noviça da Ordem das Carmelitas Descalças, consagrou a sua vida a Deus – como ela dizia – pela salvação do mundo pecador e morreu com a idade de vinte anos consumida pela febre tifoide.(† 1920)

12. Em Nápoles, na Itália, São José Moscáti, que, exercendo a profissão de médico, nunca deixou de se dedicar à obra quotidiana e incansável de acudir aos enfermos, não aceitando recompensa alguma dos pobres e, enquanto prestava assistência médica aos corpos, procurava ao mesmo tempo fortalecer as almas.(† 1927)

13. Em San José, povoação do território de Chipalcingo, no México, São David Uribe, presbítero e mártir, que, durante a tempestuosa perseguição contra a Igreja, sofreu o martírio por Cristo Rei.(† 1927)