Sagrado Coração de Jesus – Santos Julita e Ciro, Mártires

A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes – é celebrada na sexta-feira (16/06), após a Solenidade do Corpus Christi, visto que a Eucaristia/Corpus Christi nada mais é que o próprio Coração Jesus, um “Coração” que “cuida” de nós.
Em 20 de outubro de 1672, o sacerdote francês, João Eudes, celebrou esta festa pela primeira vez. Mas, alguns místicos alemães da Idade Média – Matilde de Magdeburg (1212-1283), Matilde de Hackeborn (1241-1298) e Gertrudes de Helfta (1256-1302) e Beato dominicano Enrico Suso (1295 – 1366), já cultivavam a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. No entanto, as revelações que a religiosa da Visitação, Margarida Maria Alacoque (1647-1690), recebeu do Senhor, contribuíram para uma maior difusão do culto.
Margarida Maria Alacoque viveu no convento francês de Paray-le-Monial, desde 1671. Já tinha fama de grande mística quando, em 27 de dezembro de 1673, recebeu a primeira visita de Jesus, que a convidou a tomar o lugar, na celebração da Última Ceia, que pertencia a João, o único apóstolo que, fisicamente, encostou a cabeça no peito de Jesus. E lhe disse: “Meu divino coração é tão apaixonado de amor pelos homens que, não podendo conter em si as chamas da sua ardente caridade, precisa da tua ajuda para difundi-las. Por isso, escolhi você para este grande desígnio”.
No ano seguinte, Margarida teve outras duas visões: na primeira, viu o coração de Jesus em um trono de chamas, mais brilhante que o sol e mais transparente que o cristal, circundado por uma coroa de espinhos; na segunda, viu o coração de Cristo, fulgurante de glória, que emitia chamas por todos os lados, como uma fornalha. Conversando com ela, Jesus lhe pediu para “comungar, todas as primeiras sextas-feiras do mês”, durante nove meses consecutivos e “se prostrar no chão por uma hora”, na noite entre quinta e sexta-feira. Deste modo, nasceram as práticas das Nove sextas-feiras e da hora Santa de Adoração.
Em uma quarta visão, Cristo pediu a Margarida que fosse instituída uma festa em honra do seu Sagrado Coração e orações em reparação das ofensas por Ele recebidas. Esta festa passou a ser obrigatória em toda a Igreja, a partir de 1856, por ordem de Pio IX.

 

Santos Julita e Ciro, Mártires

Vivia na cidade de Icônio, na Licaônia, atualmente Turquia. Ela era uma senhora riquíssima, da alta aristocracia e cristã, que se tornara viúva logo após ter dado à luz um menino. Ele foi batizado com o nome de Ciro, mas também atendia pelo diminutivo Ciríaco ou Quiríaco. Tinha três anos de idade quando o sanguinário imperador Diocleciano começou a perseguir, prender e matar cristãos.

Levando o filhinho Ciro e algumas servidoras, fugiu para a Selêucia e, em seguida, para Tarso, mas ali acabou presa. O governador local, um cruel romano chamado Alexandre, tirou-lhe o filho dos braços e passou a usá-lo como um elemento a mais para sua tortura. Colocou-o sentado sobre seus joelhos, enquanto submetia Julita ao flagelo na frente do menino, com o intuito de que renegasse a fé em Cristo.

Como ela não obedeceu, os castigos aumentaram. Foi então que o pequenino Ciro saltou dos joelhos do governador, começou a chorar e a gritar junto com a mãe: “Também sou cristão! Também sou cristão!” Foi tamanha a ira do governador que ele, com um pontapé, empurrou Ciro violentamente, fazendo-o rolar pelos degraus do tribunal, quebrando, assim, o crânio.

Conta-se que ela ficou imóvel, não reclamou, nem chorou, apenas rezou para que pudesse seguir seu pequenino Ciro no martírio e encontrá-lo, o mais rápido possível, ao lado de Deus. E foi o que aconteceu. Julita continuou sendo brutalmente espancada e depois foi decapitada. Era o ano 304.

Os corpos foram recolhidos por uma de suas fiéis servidoras e sepultados num túmulo que foi mantido oculto até que as perseguições cessassem. Quando isso aconteceu, poucos anos depois, o bispo de Icônio, Teodoro, resolveu, com a ajuda de testemunhas da época e documentos legítimos, reconstruir fielmente a dramática história de Julita e Ciro. E foi assim, pleno de autenticidade, que este culto chegou aos nossos dias.

Ciro tornou-se o mais jovem mártir do cristianismo, precedido apenas dos santos mártires inocentes, exterminados pelo rei Herodes em Belém . Por isso é considerado o santo padroeiro das crianças que sofrem de maus-tratos. A festa de Santa Julita e de São Ciro é celebrada pela Igreja no dia 16 de junho, em todo o mundo católico.

Santa Julita e Ciro, rogai por nós!

Oração – Deus Nosso Senhor e Pai, destes a Santa Julita e a São Ciro os sofrimentos do martírio, por sua intercessão dai-me uma fé verdadeira, forte, perseverante. Amém

Julita derivado de Julieta é o diminutivo de Júlia, variante feminina de Júlio, derivado do nome em latim Julius, visto por Tito Lívio como uma derivação de Iulo, que quer dizer “fofo, macio”.
Ciro: Significa “senhor”, “aquele que tem autoridade”. Tem origem no grego Kyros, que quer dizer literalmente “senhor,

 

Com Santa Lutgarda, virgem, insigne pela sua devoção ao Sagrado Coração do Senhor.

 

Martirológio – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

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1. Na Ásia Menor, na atual Turquia, a comemoração dos santos Quirico e Julieta, mártires.(† data inc.)

2. Em Besançon, na Gália Lionense, atualmente na França, os santos Ferréolo e Ferrúcio, mártires.(† c. 211/212)

3. Em Nantes, Gália Lionense, São Similiano, bispo, que é louvado como grande confessor da fé por São Gregório de Tours.(† s. IV)

4. Em Limassol, na ilha de Chipre, São Ticão, bispo, no tempo do imperador Teodósio o Jovem.(† s. V)

5. Em Mogúncia, na Gália Bélgica, atualmente na Alemanha, os santos Áureo, bispo, Justina, sua irmã, e companheiros mártires, que, segundo a tradição, durante a celebração da Eucaristia foram cruelmente assassinados pelos Hunos.(† s. V)

6. Em Lião, na Gália, atualmente na França, o sepultamento de Santo Aureliano, bispo de Arles, que, nomeado pelo papa Vigílio seu vicário na Gália, construiu na cidade dois mosteiros – um para homens, outro para mulheres – e deu-lhes uma regra própria.(† 551)

7. Em Carrara, na Etrúria, hoje na Toscana, região da Itália, São Cecardo, bispo de Lúni e de Sarzano, que, iniquamente assassinado por obreiros nas pedreiras de mármore, foi considerado mártir.(† 860)

8. Em Meissen, na Saxônia, hoje na Alemanha, São Benão, bispo, que, por querer conservar a unidade da Igreja e a fidelidade ao Romano Pontífice, foi expulso da sua sede episcopal e enviado para o exílio.(† 1106)

9. No mosteiro das monjas cistercienses de Aywières, no Brabante, na atual Bélgica, Santa Lutgarda, virgem, insigne pela sua devoção ao Sagrado Coração do Senhor.(† 1246)

10. Em Londres, na Inglaterra, o Beato Tomás Reding, mártir, monge da Cartuxa desta cidade, que, no reinado de Henrique VIII, permaneceu firmemente unido à Igreja e, por isso, condenado a ficar imobilizado por rígidas cadeias num imundo cárcere, morreu de fome e enfermidade.(† 1537)

11. Num barco ancorado ao largo de Rochefort, na França, o Beato Antônio Constante Auriel, presbítero e mártir, que, sendo vigário paroquial em Cahors, durante a Revolução Francesa foi encerrado numa sórdida galera por causa do seu sacerdócio e, em breve contagiado pela enfermidade contraída no auxílio aos companheiros de prisão, entregou a alma a Deus.(† 1794)

12. Em Lang-Coc, cidade do Tonquim, atualmente no Vietnam, os santos mártires Domingos Nguyen, médico, Domingos Nhi, Domingos Mao, Vicente e André Tuaong, agricultores, que, no tempo do imperador Tu Duc, presos ao mesmo tempo por causa da sua fé cristã e atormentados com muitos suplícios no cárcere, finalmente foram degolados.(† 1862)

13. Em Ingenbohl, município do cantão de Schwiyz, na Suíça, a Beata Maria Teresa (Ana Maria Catarina Scherer), virgem, a primeira diretora das Irmãs da Caridade de Santa Cruz.(† 1888)