Santa Juliana da Nicomédia, Virgem, Mártir

Juliana era filha de Africano, homem rude e pagão, e, desde a infância, havia abraçado o cristianismo. Quando soube que o pai a havia prometido a um jovem nobre chamado Evilásio, não pode deixar de sentir certa repugnância:  era o moço pagão e, pois, cultuador dos falsos deuses.

Depois de pensar comedidamente, resolveu contemporizar. Um dia, diante de Evilásio, disse-lhe:  Só me casarei contigo, quando fores prefeito da cidade.

Ora, o nobre jovem era pessoa deveras influente e não tardou a ser alçado àquele posto, Tendo ido procurar a jovem, recebeu a seguinte resposta à uma pergunta:

– Sim, sei que te tornaste prefeito da cidade, mas, devo dizer-te, sou cristã, de modo que não posso unir-me a um pagão. Se fosses da mesma religião…

Evilásio, agastado, procurou Africano e pô-lo a par do sucedido. E Africano, depois de, inutilmente ter usado de todos os artifícios, descoroçoado e irritado, deixou à filha a escolha: casar-se ou enfrentar o tribunal.

Evilásio, na qualidade de prefeito, a intimou a prestar declarações sobre a fé. Sendo impossível vergá-la, levando a renunciar a Jesus Cristo, a prendeu.

Naquela noite, quando tudo era silêncio no presídio, um “anjo” apareceu, luminoso dizendo:  Juliana, sacrifica aos deuses! Deves obedecer à vontade do imperador!

Juliana não se desconcertou. Depois de todas as vicissitudes, Deus haveria de lhe solicitar semelhante coisa? Impossível. Aquilo só podia ser obra do tentador, do demônio. Orando com imenso fervor, suplicou ao Senhor que  lhe desse forças para vencer o pérfido anjo mau que a tentava. E triunfou.

Evilásio a fez passar pelos suplícios mais atrozes. Primeiramente, prometeu-lhe tudo, se, renunciando o Cristo.  A jovem estava inabalável, e, pois, foi exposta aos tormentos, que não conseguiram demovê-la.

Ela foi amarrada numa roda de maneira tão brutal que todos os seus ossos foram deslocados e a medula saiu deles, porém, um anjo do Senhor quebrou a roda e curou-a instantaneamente. Os que foram testemunhas desse prodígio passaram a crer e foram decapitados, os homens em número de 500 e as mulheres em número de 130. Depois disso Juliana foi jogada numa caldeira cheia de chumbo derretido, mas o chumbo transformou-se num banho de temperatura agradável.

Então, possesso, o frustrado noivo a condenou a ser decapitada.

Depois que Juliana foi decapitada, ocorreu uma tempestade na qual se afogaram no mar o prefeito e 34 homens que o acompanhavam. Seus corpos, vomitados pelas águas, foram devorados por animais e aves.

Os gregos celebram a memória de Santa Juliana, virgem e mártir, a 21 de Dezembro e a 8 de Agosto. A ela, em Constantinopla, ergueram uma igreja.

No Ocidente, honram-na os latinos neste dia 16 de fevereiro.

Santa Juliana, rogai por nós!

Oração – “Na ressurreição dos justos não haverá queimaduras e feridas, mas apenas a alma. Então, prefiro agora as feridas do corpo que são temporárias, em vez das feridas da alma com tortura eterna”.

Juliana é um nome que tem origem no termo latim “iuvenis” e o significado relacionado a “juventude” ou “cheia de juventude”.

Com Beato José Allamano, Presbítero, Fundador.

 

Martirológio Romano – Secretariado Nacional de Liturgia – PT

Fev 16

1. Na Campânia, região da Itália, Santa Juliana, virgem e mártir.(† data inc.)

2. Em Cesareia da Palestina, os santos mártires Elias, Jeremias, Isaías, Samuel e Daniel, cristãos egípcios, que, por terem espontaneamente ajudado os confessores da fé condenados às minas na Cilícia, foram presos pelo prefeito Firmiliano, no tempo do imperador Galério Maximiliano, e, depois de crudelíssimas torturas, pereceram ao fio da espada. Depois deles receberam também a coroa do martírio Pânfilo, presbítero, Valente, diácono de Jerusalém, e Paulo, oriundo da cidade de Jamnia, que tinham passado dois anos no cárcere; e ainda Porfírio, servo de Pânfilo, Seleuco da Capadócia, graduado no exército, Teódulo, ancião da família do prefeito Firmiliano, e finalmente Julião da Capadócia, que, chegando ali naquele momento, beijou os corpos dos mártires e, assim denunciado como cristão, foi mandado queimar a fogo lento pelo prefeito.(† 309)

3. No reino da antiga Pérsia, São Maruta, bispo, que, depois de restabelecida a paz na Igreja, presidiu ao Concílio de Selêucia, restaurou as Igrejas de Deus arruinadas na perseguição do rei Sapor e colocou as relíquias dos mártires da Pérsia na cidade episcopal, depois chamada Martirópolis.(† a.420)

4. Em Borgo San Pietro, nos Abruzos, região da Itália, a Beata Filipa Maréri, virgem, que, desprezando as riquezas e faustos do mundo, abraçou a forma de vida de Santa Clara, recentemente estabelecida na sua terra.(† 1236)

5. Em Perúgia, cidade da Úmbria, também na Itália, o Beato Nicolau Páglia, presbítero da Ordem dos Pregadores, que recebeu de São Domingos o hábito e o ministério da pregação.(† 1256)

6. Em Hiroshima, no Japão, o Beato Francisco Toyama Jintaró, mártir.(† 1624)

7. Em Nápoles, cidade da Campânia, região da Itália, o Beato Mariano Aciero, presbítero, que, dotado de profunda cultura teológica, bíblica e humanística, se dedicou com grande zelo apostólico à evangelização deste território pela pregação assídua e pelo ensino frequente das crianças e dos adultos pobres, e contribuiu eficazmente para a renovação e dignidade do clero.(† 1788)

8. Em Turim, também na Itália, o Beato José Allamano, presbítero, que, animado pelo zelo incansável, fundou as duas Congregações das Missões da Consolata, uma feminina e outra masculina, para a propagação da fé.(† 1926)